Uma homenagem aos homens e mulheres do campo, especialmente ao meu pai
O trabalho do agricultor
É extremamente importante
Trata-se de um trabalho duro
E por isso muito estressante.
É feito de sol a sol
Está sempre firme e atento
Não importa as intempéries
E nem as mudanças do tempo.
É muito cuidadoso
Com os detalhes da germinação
Ele lida com a terra
Com amor e dedicação.
Leva uma vida sacrificada
Sem assistência necessária
Homem de sutileza física
Que precisa de reforma agrária.
Precisa de um pedaço de terra
Para realizar sua missão
Através de seu trabalho
Alimentar a população
Sustentar sua família
Sem sofre humilhação.
Voltado para os problemas da vida
Desta terra tão garrida
Trabalhador de existência árdua
E de aparência sofrida.
É símbolo do trabalho duro
É vítima da exploração
Agricultor tú vens sofrendo
Desde a colonização.
O sol te guia o dia
A lua te ilumina a noite
A terra te serve de pão
E a seca de açoite.
O suor que te escorre do corpo
É água para molhar
Esta terra que de tão seca
Quase nada faz brotar
Pois a chuva já não cai
Para tua sede matar.
Lavrador de olhar profundo
Que planta sua própria fé
Às vezes vai para roça
Mesmo sem tomar café
Na esperança de colher
O que brota de cada pé.
É vítima de rigorosos verões
Secas periódica, de inundações
Tú rendes para a indústria da seca
Voto nas eleições.
A seca é teu problema mais antigo
Agricultor nordestino
A seca é o teu flagelo
E segue o teu destino.
A pouca chuva, o corpo te lava
O vento quente, esquenta a mente
O verde do campo, alivia a alma
A colheita farta, acalma.
És como mandioca,
Espalhas raízes pela terra afora
És como melancia,
Espalhas doçura e também alegria.
Tens do milho, a utilidade,
Do feijão, a necessidade,
Da cana, o açúcar
Do arroz, a rentabilidade.
És importante por inteiro
Vida de purificação
Serás recompensado por Deus
Pois brota frutos de tuas mãos.
Raimunda Alves Melo
Imagem: obras de Gilsásio Jardim, artista do Vale do Jequitinhonha.
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