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A alma do pé de bruto


Os habitantes idosos do pequeno município de Buriti dos Montes, cidade interiorana situada no Semiárido piauiense, afirmam que, há muitos anos atrás, havia um pé de bruto numa passagem que ligava o centro da cidade a um lugar denominado pelo moradores como “Quatro Rs”.


Narram que aquela passagem era mal assombrada, e quando as pessoas passavam por ali, principalmente antes da meia noite, costumavam ouvir gemidos, pisadas e cochichos.


Aqueles que se arriscavam fazer a travessia, contam que coisas estranhas aconteciam ali, como barulho, gemidos, pisadas e chuva de areia jogada sobre as folhas do pé de bruto. Quando isso acontecia, as pernas tremiam, o coração batia acelerado, principalmente quando se ouvia o chiado vindo por trás do pé de bruto. A sensação horripilante era que, uma alma, jogava mãos cheias de areia em cima da copa da árvore.


Contam que, certa vez, um valentão daquele lugar, desejoso em demonstrar a sua coragem, ignorou as narrativas populares e se desafiou a fazer a passagem um pouco antes da meia noite. Não se sabe ao certo o que aconteceu de fato, mas afirmam que somente no outro dia, pela manhã, conseguiram encontrá-lo. Estava assustado, com os olhos arregalados, trêmulo e sem fala. Dias depois voltou a falar, mas se recusava em dizer o que tinha

visto e o que ocorreu naquela noite.


O conto da Alma do Pé de bruto foi se espalhando e as pessoas foram

ficando receosas e com medo de fazer aquela travessia, nem mesmos os mais curiosos e corajosos se arriscavam.


Embora a passagem tenha se

transformado em uma rua e o pé de bruto já não exista mais, as pessoas, ainda, afirmam que sentem sensações estranhas quando passam por ali.


Alguns populares afirmam que o chiado do pé de bruto era apenas as

sementes que caiam nas folhas secas e assombravam as pessoas. Outras afirmam que a Alma do Pé de Bruto ainda habita aquelas intermediações. O fato é que, àquela continua sendo uma passagem mal assombrada,

horripilante, em que jovens e idosos não se arriscam a desafiar.


A história continua viva....

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